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Universidade Federal do Ceará
Instituto de Ciências do Mar – Labomar

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Projeto da UFC é selecionado em edital que busca soluções para óleo encontrado em praias do Nordeste

Data de publicação: 3 de março de 2020. Categoria: Notícias

Um projeto desenvolvido no Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará foi um dos 15 selecionados do país no edital emergencial Entre Mares, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O objetivo do edital é apoiar programas de pós-graduação nos quais haja pesquisas no intuito de mitigar os efeitos do óleo encontrado em diversas praias do Nordeste no segundo semestre de 2019.

O projeto aprovado é coordenado pela profa. Vânia Melo, do Departamento de Biologia, autora da proposta juntamente com Tallita Tavares, bióloga do Instituto de Ciências do Mar (Labomar). A iniciativa pretende validar tecnologias de uso de micro-organismos para degradar petróleo e seus derivados, em um processo conhecido como biorremediação.

A equipe da profa. Vânia vem aperfeiçoando um produto para biorremediação de sedimentos contaminados com petróleo, que compreende consórcios adaptados de bactérias, imobilizados em esferas de quitosana.

Imagem: pedaços de petróleo bruto dentro de frascosPara essa estratégia, os pesquisadores contam com uma coleção de bactérias degradadoras de hidrocarbonetos ‒ encontradas em manguezais e posteriormente isoladas ‒, bem como uma coleção a ser obtida a partir do isolamento e triagem de estirpes nativas dos sedimentos contaminados com o óleo.

A matriz de quitosana (um polissacarídeo) foi escolhida por ser oriunda da quitina, substância presente nas carapaças de crustáceos ‒ resíduos gerados em abundância no Ceará pela criação de camarões (carcinicultura).

“Nosso grupo já testou a eficiência dessa ferramenta em microcosmos de sedimento de manguezais e água do mar contaminados com frações de petróleo nacional. Também pretendemos avaliar os efeitos da adição de biossurfactantes produzidos por bactérias para dissolver o óleo pesado e com isso facilitar sua captação e degradação. Além disso, utilizaremos técnicas de biologia molecular para identificar grupos de bactérias que possam ser relacionadas à degradação do óleo”, explica a profa. Vânia.

Segundo ela, os biossurfactantes produzidos pelo grupo mostraram excelentes resultados quando comparados a produtos sintéticos, além de serem atóxicos e ecologicamente seguros.

Cada projeto aprovado no edital de seleção emergencial Entre Mares será financiado com o valor máximo de R$ 100 mil, referente a um período de 24 meses para o desenvolvimento do projeto.

Imagem: Fragmentos de petróleo bruto que passam pela ação de decomposição por bactérias (Foto: Divulgação) PROBLEMA PERSISTE ‒ As manchas de óleo no litoral nordestino chamaram a atenção pela extensão, duração e dúvidas relacionadas à origem e às características do material. Segundo os pesquisadores, apesar da remoção mecânica das manchas das praias, dos recifes e dos manguezais atingidos, os resíduos desse óleo continuam contaminando o ambiente em uma escala invisível a olho nu, algo considerado ainda mais preocupante. Nessa escala microscópica, os micro-organismos são afetados mais intimamente pelo óleo e seus resíduos.

Ainda de acordo com o grupo de pesquisa, experiências anteriores com derramamentos de petróleo, como o da British Petroleum no Golfo do México, em 2010, mostraram que a degradação do óleo desempenhada pelos micro-organismos teve grande relevância na redução dos impactos causados pelo desastre ambiental. Esse caso é uma das inspirações do projeto em desenvolvimento na UFC.

Fontes: Vânia Melo e Tallita Tavares, autoras do projeto contemplado no edital ‒ e-mails: vmmmelo@gmail.com e tallitatavares@gmail.com, respectivamente, Laboratório de Ecologia Microbiana e Biotecnologia (LEMBiotech) da UFC ‒ fone: (85) 3366.9814.

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