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Universidade Federal do Ceará
Instituto de Ciências do Mar – Labomar

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Projetos de Pesquisa

Impactos ecológicos e socioeconômicos do derrame de óleo sobre a base da cadeia produtiva dos crustáceos na costa do Nordeste, Brasil

Descrição:

Em agosto de 2019, o litoral do Nordeste brasileiro foi atingido pelo maior desastre ambiental causado por derramamento de óleo (petróleo) em sua história. As manchas de óleo atingiram mais de 70% dos 3.300 quilômetros de costa da região. Sabe-se dos efeitos imediatos sobre a diversidade, entretanto, pouco se sabe sobre a extensão desses efeitos negativos crescentes do pós-derramamento sobre todo o ecossistema, desde os produtores primários, resultando em declínio das populações de pescado. Na região Nordeste, essa condição pode significar perdas expressivas das populações de lagosta com consequências sobre a balança comercial do pescado no país. Também colocam em risco as comunidades de pescadores dependentes dessa pesca. Assim, nosso projeto foi elaborado buscando uma abordagem multi e interdisciplinar, objetivando estudos coordenados para o entendimento da dinâmica do óleo no substrato calcário do assoalho oceânico e os efeitos dessa contaminação a médio e longo prazo sobre as populações de crustáceos na costa, com avaliação dos reflexos sobre a indústria pesqueira e balança comercial, gerando massa crítica de informações que possa subsidiar a gestão desse recurso e dos impactos ambientais e sociais.


Jeri na Década do Oceano: criação de centro de visitantes no parque nacional mais visitado do Norte e Nordeste do Brasil

Descrição:

Espaços científico-culturais são de extrema relevância para a popularização e divulgação científica, destacando-se museus, centros de ciências e zoológicos como os mais comuns. Os centros de visitantes em unidades de conservação (UCs) também se encontram no âmbito desses espaços, pois propiciam uma aproximação entre a sociedade e a ciência e, apesar de sua importância, são raros no Brasil. Esse tipo de espaço científico-cultural é uma das tipologias do Edital 39/2022. As UCs que são abertas ao público permitem um contato dos moradores e turistas com atributos de importância socioambiental, conferindo espaço ímpar para a educação transformadora, a produção científica, a sensibilização ambiental e o desenvolvimento socioeconômico. Nesse contexto, as UCs podem ser consideradas como museus ou laboratórios a céu aberto (Beliani, 2012). Entretanto, somente a ida dos visitantes às UCs não garante a divulgação da ciência nem a sensibilização ambiental. Para tanto, o centro de visitantes deve fazer a articulação entre o conhecimento científico sobre as UCs e os visitantes. Por meio de uma exposição bem estruturada, palestras e material didático, os centros podem colaborar no processo de interpretação da natureza e da sociedade. Dentre as UCs de destaque internacional, tem-se o Parque Nacional de Jericoacoara (Parna Jeri) (criado por lei em 2002). O Parna Jeri está localizado nos municípios de Jijoca de Jericoacoara, Cruz e Camocim, no litoral oeste do estado do Ceará, NE Brasil. Atualmente, é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O parque possui uma área de 8.850 hectares e um perímetro total de 49.929,4 m. Apesar de o município de Jijoca de Jericoacoara ser pouco populoso (20.351 habitantes), o Parna tem tanta atratividade que o município possui um aeroporto regional em vias de operar voos internacionais. O Parna abriga uma série de ecossistemas relevantes, como dunas, praias, lagoas, recifes, manguezais e um extenso ambiente marinho, com amplo leque de atividades recreativas e de lazer, caracterizando-se enquanto espaço mister de turismo da modalidade de sol e praia, além de aventura (vinculada às atividades de surf e kitesurf). O presente projeto visa obter recursos para instalar o primeiro centro de visitantes do parque, que, embora seja o segundo parque mais visitado do Brasil, não conta ainda com essa estrutura de educação ambiental e divulgação científica mesmo após 20 anos de sua criação. Em 2021, o Parna de Jericoacoara teve a visitação de 1.669.277 pessoas, que o coloca como a UC mais visitada do N, NE e Centro-Oeste do Brasil. Outros parques muito menos visitados no Brasil (e.g., Parque Nacional de Iguaçu e de Itatiaia) já possuem tal espaço, contribuindo para ações de divulgação científica e socioambiental. Ademais, considerando o elevado número de visitantes em um parque, esse tipo de centro se faz essencial para contrabalançar a tendência crescente de turismo de massa, tendo uma área de atuação não apenas como suporte da gestão do parque, mas também para proteção da comunidade local dos efeitos negativos do turismo descontrolado, e contribuindo para promover um turismo sustentável. A ausência de um centro de visitantes numa UC altamente visitada no Nordeste do Brasil por si só já justifica a importância da criação de um espaço com atuação nessa região de alta relevância. Isso se alinha ao contexto do item 1.1a do edital, o qual consiste em promover a ampliação, o desenvolvimento e o aprimoramento da rede de popularização de CT&I no país, estimulando o crescimento, a qualificação e a articulação de espaços científico-culturais, com distribuição menos desigual desses espaços.

Coordenação Geral: prof. dr. Marcelo de Oliveira Soares


Universidade Azul na costa semiárida: divulgação científica e educação oceânica na Década dos Oceanos

Descrição:

O objetivo geral desta proposta é executar um programa amplo e agregador chamado “Universidade Azul na Costa Semiárida” que promoverá a divulgação da ciência oceânica e do conhecimento gerado por pesquisadores na costa semiárida brasileira (PI, CE, RN) para diferentes tipos de público-alvo (estudantes, professores, público não especializado de diferentes idades, incluindo o infantil, e poder público), tendo por base o direito à informação e cidadania e utilizando táticas narrativas, linguagem audiovisual e difusão promocional para a atração da atenção e do interesse do público, com ações específicas para cada um deles. O extenso plano de divulgação científica contempla ações com alcance local e regional com exposições presenciais, cursos de formação sobre a cultura oceânica voltados para professores e licenciandos e workshops com o poder público. Em paralelo, ocorrerão ações com potencial de alcance nacional, como publicações de vídeos educacionais e de divulgação científica em plataformas de redes sociais e a produção de dois livros. Por meio deste projeto, pretende-se promover a integração e articulação de diferentes parceiros multi-institucionais da costa semiárida, formando uma rede de pesquisa colaborativa que executará diversas ações de comunicação pública, popularização da ciência e de educação oceânica. Essas atividades contribuirão para o engajamento público na temática oceânica através da alfabetização oceânica da população que vive em uma das regiões da costa brasileira mais pobres, desiguais e menos conhecidas, apesar de sua alta densidade demográfica humana e da biodiversidade única. Assim, a proposta “Universidade Azul na Costa Semiárida” irá reduzir assimetrias regionais na divulgação científica através de múltiplas ações. Para tanto, a partir de uma perspectiva participativa e cooperativa, os objetivos específicos da proposta são: (1) executar um plano presencial de divulgação da ciência oceânica para o público não especializado e alunos do ensino básico através de exposições fixas e itinerantes em espaços de educação formal e não formal e outros espaços públicos e de trilhas ecológicas com estudantes e outros públicos organizados; (2) executar um plano de comunicação em plataformas digitais destinado ao público não especializado para a promoção da ciência oceânica e sua relevância socioambiental de escala nacional, mostrando a relevância do Programa Ciência do Mar (MCTI) e da costa semiárida do Brasil; (3) produzir um livro infantil utilizando personagens inspirados na biodiversidade da costa semiárida brasileira; (4) complementar a formação de estudantes de graduação de diversos cursos (Oceanografia, Ciências Biológicas, Comunicação Social, Sistemas e Mídias Digitais, Design, Cinema e Audiovisual) a partir da inserção dos mesmos nas ações do projeto; (5) realizar um curso de qualificação profissional para professores da educação básica na costa semiárida brasileira e estudantes de cursos de licenciatura, trabalhando os sete princípios da cultura oceânica, incluindo as questões particulares da região costeira semiárida; (6) produzir um e-book com as atividades e os projetos finais de intervenção e atividades pedagógicas em escolas, propostos pelos professores e licenciandos do curso de formação; (7) realizar workshops com gestores e formuladores de políticas públicas, com foco em questões oceânicas globais e locais de relevância para os estados da costa semiárida do Brasil (PI, CE e RN), de modo a influenciá-los na tomada de decisões mais assertivas em prol do uso sustentável dos recursos marinhos; (8) promover a integração e articulação de pesquisadores de diferentes instituições da costa semiárida, através das atividades realizadas em parcerias e cooperações; e (9) gerar conteúdos e ações que captem a atenção de gestores públicos e atores da sociedade não especializados através de meios de comunicação de massa.

Coordenação Geral: prof. dr. Marcelo de Oliveira Soares


Pesquisa aplicada: concepção de referenciais metodológicos para os planos territoriais, programas e projetos de qualificação no turismo nacional (financiamento: Ministério do Turismo)

Descrição:

A pesquisa tem como objeto a proposição de referenciais metodológicos para a implantação do Plano Nacional de Qualificação em Turismo (MTur, 2018) na base territorial (local e regional), capacitando técnicos e gestores no processo de planejamento territorial e garantindo que os princípios, as premissas e as proposições expressos na Política Nacional de Qualificação em Turismo (PNQT) sejam concretizados. A PNQT propõe a construção de planos territoriais, os quais são compostos de programas, projetos e ações de qualificação, que sejam capazes de articular a Política de Educação Profissional a partir das relações sociais de produção, da memória do território e das possibilidades de governança locais que identificam cada região. As metodologias construídas de forma participativa têm como objetivo processual a elevação da escolaridade dos trabalhadores, a inclusão social, a redução da pobreza, o combate à discriminação, a diminuição da vulnerabilidade das populações envolvidas, o aumento da probabilidade de permanência no mercado de trabalho, a elevação da produtividade, a melhoria dos serviços prestados e o aumento da competitividade do turismo nacional.

Coordenação – Ceará: prof. dr. Fábio de Oliveira Matos


PELD Costa Semiárida – Como as mudanças ambientais afetam os sistemas socioecológicos costeiros?

Descrição:

O PELD CSB é o primeiro programa PELD da costa semiárida do Brasil, tendo sido iniciado em dezembro de 2020 após aprovação na chamada CNPq/MCTI/CONFAP-FAPs/PELD nº 21/2020 – Programa: Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD), com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). O PELD visa estudar como a semiaridez nos ambientes costeiros afeta os sistemas socioambientais (dos micro-organismos ao homem) a partir do estudo das relações entre a biota e a dinâmica ambiental de curto, médio e longo prazo relacionada a fenômenos climáticos globais e antrópicos. Através deste projeto, pretende-se gerar uma série estruturada de dados científicos de longo prazo sobre essa região pouco estudada da costa brasileira, auxiliando na predição dos efeitos das mudanças ambientais do Antropoceno na gestão de unidades de conservação, bem como produzir um projeto exitoso de popularização e divulgação científica em uma das regiões mais pobres e desiguais do Brasil. O PELD CSB possui uma estrutura interdisciplinar estruturada em cinco eixos principais de pesquisa, formação de recursos humanos e divulgação científica: Eixo 1 – Dinâmica ambiental; Eixo 2 – Ecologia de populações, comunidades e ecossistemas; Eixo 3 – Ecologia humana e percepção ambiental; Eixo 4 – Análise integrada dos dados; e Eixo 5 – Comunicação pública de ciência e educação ambiental. Esses cinco eixos irão estudar o sítio PELD que integra a Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Pacoti e ambientes adjacentes. A sede do Sítio PELD selecionado fornece uma série de vantagens que justificam sua escolha baseada nas experiências pretéritas de PELDs exitosas e na disponibilidade atual: 1) localização na Região Metropolitana de Fortaleza (Ceará); 2) presença de unidades de conservação estaduais; 3) conhecimento prévio com dados pretéritos e projetos de pesquisas passados ou em andamento; 4) infraestrutura adequada já existente e localização estratégica para a realização das atividades de campo e de divulgação científica; 5) presença de um programa de educação ambiental experiente e consolidado e com recursos humanos; e 6) presença de equipamentos turísticos e de atividades recreativas, o que favorecerá a implementação das estratégias de divulgação científica. Dessa forma, os produtos do novo sítio PELD trarão informações valiosas para gestão ambiental, para as comunidades tradicionais (como pescadores e marisqueiras) e para o desenvolvimento socioeconômico dessa importante região do NE (costa semiárida do Brasil), tendo por base a fundamental geração de dados sociais e ecológicos de longo prazo, atualmente incipientes em comparação com outras regiões brasileiras. Por fim, o projeto permitirá ainda uma importante contribuição científica e tecnológica para a consolidação da rede de pesquisa regional na costa semiárida e internacional com a geração de produtos compartilhados de alto impacto no âmbito de pesquisa, formação de recursos humanos e divulgação científica para a zona semiárida brasileira. O PELD CSB ensejará a elaboração de propostas concretas de políticas públicas auxiliando no atingimento das ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) e das ações/metas no contexto do Programa Ciência do Mar (MCTI), Metas Nacionais de Biodiversidade e a Década da Ciência Oceânica das Nações Unidas (2021-2030), visando à descentralização das ações regionais e à redução de assimetrias nacionais na extensa área costeira e marinha brasileira.

Coordenação Geral: prof. dr. Marcelo de Oliveira Soares

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