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Universidade Federal do Ceará
Instituto de Ciências do Mar – Labomar

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Nota do Labomar sobre as novas manchas de óleo encontradas em nosso litoral

Data de publicação: 31 de janeiro de 2022. Categoria: Notícias

Na última sexta-feira (28/01/2022), pesquisadores da UFC visitaram as praias de Sabiaguaba, Porto das
Dunas, Praia do Canto Verde, Pontal do Maceió, Praia do Cumbe (foz do Rio Jaguaribe) e Canoa
Quebrada. O objetivo foi averiguar a presença de novas manchas de óleo segundo denúncias de
comunidades locais. Foi realizada uma avaliação in situ de óleo em linha de costa, com a coleta de
amostras (óleo, areia e água do mar) para a verificação da similaridade química com o óleo de 2019, bem
como avaliar a qualidade desses ambientes, por meio de análises dos níveis de hidrocarbonetos de
petróleo nessas áreas.

Em todas as praias visitadas foi verificada a presença do material, com uma maior incidência de material
oleado com tamanho reduzido (vestigial), sem odor e aparentemente sem viscosidade e umidade. Isso
remete à possibilidade de um material antigo que sofreu as intempéries do ambiente, fortalecendo a
possibilidade de o mesmo está depositado no fundo do oceano (plataforma continental) e ter sido trazido
pelas correntes marinhas nas últimas semanas.

Com base nas características físicas do material e a sua distribuição na faixa de praia, os pesquisadores
iniciaram estudos para avaliar a possível influência dos eventos oceanográficos nas últimas duas semanas
que precederam a ocorrência do óleo nas praias do litoral leste do Ceará. A ação conjugada das ondas
swell, amplitudes de marés elevadas e intensificação dos ventos de norte poderiam remobilizar o
material depositado em algum trecho da plataforma continental interna, transportando-o para regiões mais
próximas da linha de costa. Esse material, presente em áreas rasas, pode sofrer a ação das correntes
longitudinais e ser transportado para outras praias mais a oeste na costa do Ceará. Outras hipóteses estão
sendo analisadas com base em processos morfodinâmicos e sedimentares que ocorrem na própria faixa de
praia.

Considerando que o aparecimento do óleo em 2022 está concentrado predominantemente no litoral leste,
possibilidades de um novo derramamento não estão descartadas, assim como também a ressuspensão do
óleo de 2019, ou possivelmente material já lançado e que está depositado na plataforma continental de
estados adjacentes à costa leste do Ceará.

Fica evidente a importância de um monitoramento sistemático dos impactos do derramamento de óleo nas
praias, e principalmente no mar ao longo de toda a costa do Ceará, envolvendo equipes multidisciplinares.
A geração de dados a longo prazo permite a validação de hipóteses de forma mais rápida, a criação de
cenários dos impactos remanescentes do evento de 2019 e, principalmente, a elaboração de estratégias de
mitigação mais rápidas e eficazes no caso de futuros derramamentos de óleos com impacto no litoral.

 

Fortaleza 31/01/22

 

Prof. Dr. Rivelino Cavalcante
Profa. Dra. Lidriana Pinheiro
Prof. Dr. Alexandre Medeiros de Carvalho
Prof. Dr. André Henrique Barbosa de Oliveira
Prof. Dr. Antônio Rodrigues Ximenes-Neto

 

Nota em PDF: Nota do Labomar sobre manchas de óleo

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